domingo, 2 de novembro de 2008

Narciso







Olhar-se ia no espelho d´agua
Sua imagem refletia-se
Tal qual seria
Não tinha luz e brilhava mais que o sol
Não era lua, porém tão formosa
Não era estrela, nem uma rosa
Contemplar-se-ia como perfeição
E em versos e palavras
Se estufava de amor
Falava com quem nunca antes
Falaria se não fosse tão perfeito
Quanto a feição que via
E assim diria:

Sou o teu seu
Sou tua imagem
Sou tua luz
Sou miragem
Sou o teu eu
Sou poderoso
Sou magnífico
Todo esplendoroso
Pulo por seu beijo
Te busco pelas águas
Somes
Te procuro
Te acho e te escondes
Morro mais não te mato
Te amo, mas no ato do meu salto
Foges
E padeço sem o ar do teu beijo a me salvar.

Amar-me ia tão quanto te amo.
Beijar-me ia tão quanto desejo.

2 comentários:

Anônimo disse...

amor próprio????

Trindade disse...

tem gosto de pitanga. Aquele amargo delicioso...