terça-feira, 23 de outubro de 2007

Reciclável






São muitas tentativas
Arbitrariamente numa só ordem:
Penso, faço, mudo
Trancafiado em meu mundo
Submundo de desejos tão profundos
De ações tão bem pensadas
Tentativas descuidadas
De sair do calabouço

Não me ferir
Não vou me matar
Eu quero explodir
Como onda do mar
Que quebra nas pedras
De uma costa qualquer
A vida é mais do que a gente quer

Sou uma mudança constante
Sou meu proprio árbitro
Máquina pensante
Objeto descartável
Mas enfim, sou reciclável.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Fútil






Tudo que dizem as pessoas por aí
É que você só quer brincar comigo
Quer me usar, se aventurar
Se divertir, fingir ser meu amigo.

Eu sei que posso te esnobar
Fazer de conta que nem ligo
Mas eu vou te provocar
Te atiçar
Pra provar do que sou capaz.

Vou te deixar confuso
Mexer no fuso horário
Embaralhar as cartas
Fazer mágica

Enquanto você se confunde
Achando que te dou bola
Volta pra escola
Aprenda o bê-a-bá
Você vai ter que me aturar.

Só pra te provar
Que você não é nada
Só pra te dizer
Vous ete passe

Quando você menos esperar
Vou te dar um fora
Te chamar de inútil
E tanto faz agora
Se sou eu ou é você
O verdadeiro fútil.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Carinho






Para cada momento, um passado.
Nada foi esquecido, apenas não foi lembrando.

Uma flor não pode dizer que te adora.
Mas o beija-flor lhe diz isso a toda hora.
Apenas como demonstração de carinho.
Um beijinho.

Você é uma flor.
Eu, o beija-flor que te adora.
Não quero nem peço nada em troca.
Apenas um sorriso sem volta.